segunda-feira, 21 de junho de 2010

África do Sul 2010: Aspectos verdes e não tão verdes do futebol.

O estádio Moses Mabhid, na cidade de Durban, um dos espaços construídos para a Copa.

Com o início do Mundial de Futebo da África do Sul, a febre esportiva chega ao máximo nos países latinos. É o primeiro torneio no continente africano e ele traz impactos positivos negativos.

Para a África do Sul, trata-se de uma fonte de lucros e uma possibilidade de desenvolvimento sem precedentes, com milhares de pessoas viajando pelo país e deixando divisas no consumo de produtos e serviços. Mas para o meio ambiente, o evento representa um aumento de pressão no consumo de recursos como água e energia, além de toneladas de emissões de gases do efeito-estufa geradas pelos voos ao redor do planeta.

Qual é o impacto ambiental da Copa e que ações foram tomadas para amenizá-lo?


De acordo com um relatório intitulado Estudo de Viabilidade para uma Copa do Mundo Neutra em Carbono na África do Sul 2010, citado pelo GMO Journal, a edição deste ano do mundial de futebol terá uma pegada de carbono oito vezes maior que a da realizada na Alemanha em 2006, e mais do que o dobro do impacto das Olimpíadas de Pequim de 2008.

Calcula-se que o torneio produzirá mais de 2,7 toneladas de emissões de gases do efeito-estufa, tornando-se o evento esportivo mais poluidor desde o início do registro de emissões. O transporte internacional será responsável pela grande maioria das emissões: cerca de 67%. As demais estão relacionadas ao uso de energia, hospedagem de pessoas, construção de estádios e consumo de energia nos mesmos.

Uma das razões para a pegada maior de carbono é o transporte deficiente da África do Sul, fazendo com que as equipes e assistentes tenham de voar entre as diferentes partidas, e obrigando o público dos jogos a usar mais carros e ônibus (em vez de, por exemplo, trens e metrôs) dentro das cidades.

No entanto, o evento também é uma oportunidade para as cidades tomarem iniciativas verdes. Por exemplo, na Cidade do Cabo e em vários aeroportos internacionais das cidades que abrigarão os jogos, foram instalados mais de 1200 recipientes para materiais recicláveis. Além disso, as cidades plantaram milhares de árvores e criaram novos espaços verdes.

Por outro lado, mais da metade das equipes de futebol que participam da Copa se comprometeram a compensar suas emissões de carbono apoiando um dos três projetos escolhidos pela UNEP (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas) para este fim. Da América Latina, Argentina, Brasil, Chile e Uruguai participam da iniciativa.

Marcas como Nike, Puma e Coca Cola já fizeram sua contribuição; a primeira fabricou camisetas de materiais reciclados para suas equipes, a segunda compensou as emissões de carbono da equipe anfitriã da Copa, e a terceira está promovendo a reciclagem nas escolas.

Enumerar estas iniciativas dá um sabor mais doce ao evento, mas não se pode es quecer que estes torneios envolvem grandes negócios baseados no consumismo, que pouco tem a ver com sustentabilidade.

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